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Open Door Night!



"From 9:00 pm until 9:30 pm we will be heading over to the guys' side. From 9:30 pm until 10:00 pm the guys will be heading to our side! Please participate. This is a great opportunity to get to know the awesome guys and since we will be doing activities with them all year you might as well start building relationships now! "
Foi assim que começou o e-mail que eu recebi da minha Resident Assistant, responsável por verificar se estamos cumprindo as regras de dormitório da universidade direitinho, além de, claro, dar o suporte necessário caso a gente precise de algo. O meu primeiro pensamento foi: "QUE ***** É ESSA?" enquanto fazia uma cara bem estilo: "recebi uma mensagem de outro planeta". Dois segundos depois minha roommate entrou toda animada: "Você viu o e-mail? Vamos ter Open Door Night na quinta! Isso não é um máximo?", a única coisa que eu podia fazer era olhar pra ela com uma bonita cara de paisagem enquanto pensava o óbvio e sensato: "Por que eu deveria abrir a porta do meu quarto para pessoas estranhas entrarem e sentirem à vontade? Por que eu deveria conversar com gente estranha?"

Não que eu seja antissocial, mas quando você vê uma coisa dessas, você meio que se pergunta como raios foi parar numa realidade alternativa onde querem te levar pra um "encontro às escuras". Por que foi essa a sensação que eu tive quando soube desse evento social de dormitórios. Meu plano era simples: fugir pelo resto da noite até a coisa estranha acabar. Mas minha roommate disse que não ficaria sozinha com garotos no quarto, e eu pensei em responder: "então não abra a porta, simples". A questão é: ela vai viver aqui por quatro anos, é o início da vida universitária dela, enquanto eu só estou de passagem, e por um semestre.

Resolvi que ia aparecer, só pra dar aquela força moral. Felizmente, e propositadamente, eu cheguei depois que elas já haviam ido até o corredor dos meninos. Até parece que eu vou sair entrando em quarto de homem por aí que eu nem conheço, ou de qualquer pessoa, na verdade. É muita invasão de privacidade. Como eu suspeitava, eles vieram pro nosso corredor e, óbvio, que era algo muito esquisito, pessoas desconhecidas, entrando no quarto das outras e tendo que interagir. Mas acabou que eles acharam isso engraçado, e de alguma forma, paramos todos dentro da sala de estudos, e eles começaram a dançar o tal do "wobble" uma música que ta fazendo o maior sucesso pra cá, com passos toscos, mas engraçada. 

Eu e a outra brasileira, que vive no mesmo andar, ficamos apenas observando, no canto. Afinal, é tudo estranho demais e eu não consigo simplesmente atuar como se de repente virasse melhor amiga das pessoas, não sem ter tempo o suficiente de memorizar o nome delas, como era o caso. Ao cabo, conversei com minha roommate do quanto achava isso estranho, mas ela disse que, na verdade, embora parecesse meio estranho, era engraçado e uma coisa boa. Por que bem, eles vivem aqui, e a maioria também cursa a faculdade que fica nesse prédio, então eles vão ter que conviver em algum momento. Só que, tendo aulas diferentes, já que o sistema de optativas é realmente muito abrangente, o Open Door Night acaba sendo uma alternativa pra reunir essas pessoas que são calouras, de forma que eles conheçam seus "vizinhos", já que a dinâmica diária da universidade impede, muitas das vezes, de isso acontecer. Ou então, acontece de forma bem lenta.

Por esse ponto de vista eu achei até válido, mas continua sendo algo MUITO estranho.

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