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Love me, love me...

Say that you love me

Fool me, fool me,
Go ond and fool me.


Hoje estou num clima pensativo, alegre (afinal é sábado e eu acordei 9:00 \o/) e ao som de uma banda curitibana que encontrei ontem fuçando pelos downloads gratuitos do Last.FM chamada Rosie and Me, que tudo bem, eles cantam em inglês. Mas na verdade, ficou bem legal. (Sugiro escutar Bonfires, minha preferida deles). Aí, voltando ao que interessa e principalmente, ao tema dessa postagem, vamos falar de oh l'amour. Talvez seja uma vontade causada pelo meu subconsciente manipulado pelas propagandas de dia dos namorados, que seja, o fato é que vamos falar do amor, mas não o amor "comum", ou melhor, o clássico amor que durante toda a história da humanidade deve ter existido. Duas pessoas se encontram, hormônios em ebulição, gentilezas, fluxo de sangue no rosto com simples elogios e todo aquele ritual que Desmond Morris classifica como "formação de pares, chamada vulgarmente namoro" (1967, 58) no seu livro Macaco Nu. [Morro toda vez que leio "vulgarmente namoro" :x]. Não vamos falar disso, pelo menos exatamente, e sim daquilo que acontece quando os hormônios entram em ebulição por simples palavras ou uma imagem como uma foto. Quando uma pessoa se apaixona por alguém que mora longe. O nosso famoso, insólito, e ainda incompreendido namoro virtual/à distância.
O namoro virtual, mais ainda, o simples fato de se apaixonar por alguém que não se conhece pessoalmente, põe em cheque muitos dos conceitos valorativos sobre os relacionamentos em geral, como uma espécie de revolução nesse campo de relação interpessoal. Veja só, se você não sabia, é bom saber que a escolha de pares (pelo menos em estado ébrio) é condicionada por diversas categorias inconscientemente propostas por toda uma carga de moral e valor que as pessoas foram criadas ou embutidas durante seu crescimento, portanto, é váriavel de acordo com o capital social e o habitus de cada um, para dar uma citada no Pierre Bordieu aqui. Desse modo, não se iluda com o tal do Amor à Primeira Vista, ele não é bem dessa forma, e sim À primeira Análise, quem sabe. É como se sua mente controlasse seu coração por alguns momentos, você só aceita se associar com uma pessoa depois que ela preenche certos requisitos necessários para tal. Deixando claro que estamos falando de compromisso e não uma ficada na noite, ta bem? Pessoas não namoram com outras pessoas por que deu vontade, e sim por que aquela pessoa satisfez alguns aspectos que geralmente envolvem renda, beleza e inteligência. Ser humano é interesseiro mesmo, por isso nem tem o que se surpreender nisso daqui. 
Mas na internet... A coisa muda de figura. Afinal, como você vai analisar uma pessoa direito através de palavras, webcam e foto? Talvez uma chamada de voz também. Como apenas isso, nenhum toque, nenhuma expressão corporal, podem fazer com que seus hormônios entrem em ebulição, você fique vermelho, você fique feliz, você se apaixone? É muito curioso. Por um lado, sabe-se que a dissimulação é muito mais fácil na internet, exatamente por não poder visualizar coisas essenciais para descobrir o que realmente uma pessoa está pensando ou fazendo, mas por outro, a possibilidade de você se apaixonar por coisas pequenas de outrém é mais romântico do que uma declaração de amor à luz do dia, não é? As pessoas que namoram virtualmente se prendem a palavras, sorrisos furtivos numa webcam, pequenas gravações de voz com, às vezes, apenas uma risada. Detalhes que na sua vida real passam despercebidos. Uma ligação, uma carta enviada pelo correio por esse alguém vale mais do que um perfume no dia dos namorados, ou uma joia. O desejo por demonstrações de presentes sólidos fica em segundo plano.
Eu nunca tinha percebido esse lado, não até que meus dois grandes amigos da internet (embora eu considere como os que eu conheço pessoalmente) se apaixonassem e começassem seus namoros virtuais. Na verdade, sempre fui meio preconceituosa com esse tipo de relacionamento, pra mim era falso e instável. Tudo bem que é em muitos casos, mas não é assim também na vida real? Canso de ver namoros sustentados para se manter aparência, pessoas que permanecem juntas mais por esforço do que vontade. O que me faz perceber que no final das contas não tem tanta diferença assim. Nunca vivi um namoro virtual e não sei se aguentaria, mas se eu posso amar pessoas que estão distantes e que representam muito pra mim, que são meus amigos há anos, por que as pessoas então não podem se amar no sentido romântico também, certo? Digamos que esse post sou eu admitindo e tentando abrir mão desse meu preconceito por esse tipo de relação. Talvez eu até escreva mais um outro sobre o assunto, tem muita coisa pra falar o_ô
Mas e aí? O que eu quero mesmo é saber a opinião de vocês que estão lendo sobre isso. E, o título da música é Lovefool do The Cardigans.






Um comentário:

  1. Ainda vejo o amor como algo revigorante e acredito que ele possa brotar, independente da forma inicial de contato ou diferenças entre as pessoas. Muitas vezes até, acontece onde menos se espera, de forma aparentemente estranha... O que vale mesmo é o sentimento!

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