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Conjecturas sobre por que resenhar dá dinheiro + crise

E aí gente?
Ando numa maré de "preciso escrever algo e estou com disposição" que não posso abrir mão. Sabe quando você perde o dia pensando no que vai fazer da vida? Se você está na escola: "Meu Deus, ENEM final do mês, e será que eu vou acertar no meu curso?"; se você já está na graduação: "Meu Deus, será que isso tudo que eu aprendi vai me servir pra alguma coisa na vida?", ou então "Meu Deus, eu aprendi alguma coisa nesses anos todos?"
As duas últimas perguntas ficaram rondando a minha cabeça, associadas a nostalgia daquela primeira pergunta. Revendo meu blog, que eu tenho desde o ensino médio (mesmo com zilhões de reformulações), eu vejo que, nossa, eu realmente gosto do que eu estudo, mesmo sendo uma chatice (Aos desinformados eu estudo Ciências Sociais - Ciência Política). Mas, ultimamente o desencanto tem sido grande. Me perguntava se era uma coisa da minha área... Mas percebo que parece ser um evento geral. Será Bauman com suas teorias depressivas de fluidez na pós-modernidade o real guru da nossa época? O iluminador das nossas agonias cotidianas? Não sei.
Mas que tem um desencantamento rolando tem. Principalmente com aquela ideia de "trabalho, independência", ir trabalhar. Um trabalho de oito horas. Um trabalho de escritório. Ganhar dinheiro e trabalhar. Coisas desse tipo. Ou até mesmo, uma crise de mercado de trabalho, parece que NÃO TEM VAGAS na sua área. Ou então, que as vagas que existem, poxa, tanto esforço pra ganhar tão pouco? E olha que as coisas parecem ir nesse caminho. Eu tenho até uma teoria de que é por isso que a profissão blogueira aumentou, sabe?
Não que blogueiras não trabalhem, mas, gente... Qual o valor produzido nesse trabalho? Cadê as criações? Por que parece que os trabalhos de mera reprodução são os mais bem pagos? O meu palpite foi a desregulamentação da moeda. 
Nossa, o que raios isso tem haver com a sua crise?
É sério, pensem que até Bretton Woods todo o dinheiro que circulava no mundo era atrelado ao ouro, uma coisa que existe. Mas daí os americanos muito espertinhos resolveram atrelar as moedas (fictícicas) a uma moeda fictícia, o dolar. Basicamente: você atribuir um valor imaginário a um papel. Sério, pensem na quantidade de dinheiro que rola pelo mundo... Vocês acham mesmo que existe essa quantidade nos cofres do tesouro nacional americano? NÃO.
Enrolei, enrolei e o que isso tem haver? 
Não há mais preocupação em criar coisas, valor, mercadorias, materiais, por que não há necessidade (ao menos na aparência), de que isso seja feito. Estamos muito felizes obrigadas em viver de especulação e render dinheiro do nada. Então cada vez mais os trabalhos "menos práticos" são valorizados em detrimento dos trabalhos "mais práticos". Dizer que um produto é legal, está rendendo bem mais do que ser um dos engenheiros ou trabalhadores da empresa que produz tal produto. O problema é que a produção sempre vai ser necessária, entende? O valor da produção é que dá sentido na nossa vida econômica, e consequentemente social.
Just sayin'
Não estou criticando a profissão, estou constatando. É necessário pensar sobre essas coisas, viu? Principalmente se você trabalha com isso. É preciso ter noção de todo o processo.

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