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Resenhando: Divergente



Título: Divergente
Autora: Veronica Roth
Editora: Rocco
Ano: 2011
Páginas: 262
Classificação: 

Sinopse: Numa Chicago futurista, a sociedade se divide em cinco facções – Abnegação, Amizade, Audácia, Franqueza e Erudição – e não pertencer a nenhuma facção é como ser invisível. Beatrice cresceu na Abnegação, mas o teste de aptidão por que passam todos os jovens aos 16 anos, numa grande cerimônia de iniciação que determina a que grupo querem se unir para passar o resto de suas vidas, revela que ela é, na verdade, uma divergente, não respondendo às simulações conforme o previsto. A jovem deve então decidir entre ficar com sua família ou ser quem ela realmente é. E acaba fazendo uma escolha que surpreende a todos, inclusive a ela mesma, e que terá desdobramentos sobre sua vida, seu coração e até mesmo sobre a sociedade supostamente ideal em que vive.
Às vésperas da estreia do filme, eu finalmente terminei de ler o primeiro livro da distopia escrita por Veronica Roth. Sim, o que me motivou a ler foi o lançamento do filme, não gosto de ir assistir sem nem ter parâmetro do que está acontecendo, mas também não vou ser (ou tentarei) aquele tipo de gente chata que fica o tempo todo reclamando que “no livro não é assim”, “isso daqui é invenção” e coisas do tipo. O filme é uma adaptação e ando me tornando adepta da filosofia “ABRA SUA MENTE”.

Enfim, enfim...

Achei a ideia das facções (Abnegação, Amizade, Audácia, Erudição e Franqueza) bem interessantes, principalmente as responsabilidades com que cada qual ficou. E sobretudo, a razão pela qual elas foram criadas, considerando que o erro de todas as sociedades do passado partia da maldade humana. Agora, já pensou um Judiciário controlado por pessoas da Franqueza no Brasil? Seria ótimo! Ou políticos da Abnegação, cujo maior preceito é o altruísmo? Quase utópico.

Agora, o que aconteceu para que o mundo (Estados Unidos/Chicago) ficasse daquele jeito? Eu não tenho a menor ideia e fiquei sem ter durante o livro todo. A única coisa que atenua essa frustração é que a Veronica consegue te puxar pra estória de tal forma, que você começa a achar perfeitamente normal aquele futuro distópico, mesmo sem saber que raios aconteceu. Meio ponto pra ela! Além disso, me viciei porque se passa em Chicago, uma cidade a qual tive oportunidade de visitar, e pela qual sou apaixonada até hoje. Mesmo sob ruínas e o Lago Michigan sendo um pântano, muitas cenas ali se passam em alguns pontos turísticos que pude visitar (sobretudo os trilhos de metrô/trem, hehe).

Agora os personagens. A principal é a Tris, ou Beatrice, cuja estória toda é contada pelo seu ponto de vista. Eu particularmente a achei bem sólida no que tange as opiniões e alguns comportamentos, embora tenha considerado algumas coisas paradoxais, tipo ela ser super fraca e mesmo assim incitar o medo e respeito logo na primeira fase lá da iniciação. Achei que a Tris pareceu demais a Katniss de Jogos Vorazes, a diferença é que a Katniss era, de fato, uma personagem muito foda física e estrategicamente. Agora, apesar disso, o desenvolvimento dela foi bem conciso, e ao final acho que a imagem de forte e audaciosa que a Veronica tentou passar o livro todo finalmente se encaixou na personagem. 

Outro personagem principal é o Quatro, instrutor da Audácia, e o que falar dele? Vocês que leem minhas resenhas sabem que dificilmente eu não gosto de um personagem masculino né? Esse não foi diferente. O Quatro é uma coisa fofa. Ele é forte, rápido e estratégico, mas acima de tudo justo. E não justo naquele estilo bonzinho, mas justo fazer o que acha certo ainda que isso possa machucar os outros, o que me lembra muito uma frase dele no livro sobre coragem (característica da Audácia) e altruísmo (característica da Abnegação) às vezes serem diferentes faces da mesma moeda. Eu achei isso lindo, para ser altruísta é necessário coragem, e às vezes, para ser corajoso é preciso ser altruísta.

Temos então outros personagens secundários como o Eric, um dos líderes da Audácia, que desculpem, mas parece muito burro. Os pais de Tris, que são muito fortes em suas próprias maneiras e o irmão dela, Calleb, que me lembrou muito o Klaus Baudelaire de Desventuras em Série com aquela coisa nerd de conhecer sobre diversas coisas e seu funcionamento através dos livros, sério, muito lindo ele. Há também os amigos dela Will, Christina e Al, achei que todos eles foram bem construídos, sobretudo o Al. As coisas que ele faz, apesar de nada legais, você acaba entendendo.

Quanto a trama, e antes que me matem por quase dar spoilers, além de ser muito prolixa... Estava legal até mais ou menos o último quarto do livro. De repente um monte de coisa acontece e você não entende muito bem, só se sente correndo o tempo todo, como os personagens do livro. Mas assim, uma coisa é correr porque a adrenalina tá alta e o livro tá emocionante, outra coisa é correr porque as coisas estão sendo corridas. Foram tantas coisas que aconteceram que eu não consegui sentir muita emoção porque foi tudo abrupto demais e isso me chateou um pouco. Felizmente bem no final, as coisas ficaram numa velocidade condizente, e eu até consegui senti uma tensão numa cena de desfecho bastante deduzível.

No geral, eu gostei de Divergente. Como é só o primeiro livro de uma trilogia, acredito que pode se desenvolver de forma bem legal e sólida. A Veronica tem tudo para que isso aconteça, bons cenários, bons personagens e uma boa escrita. E talvez, uma boa trama. Na verdade, em Divergente não dá para saber a trama geral da história até esse momento final, por isso que eu digo talvez. Entendam, não é que eu tenha considerado a trama ruim, é só que ainda não é a trama de fato (aquela me move os três livros - é óbvio que o Divergente tem uma trama em si). Enfim, é isso! 



Talvez, se eu for boazinha e bem disposta, faço um post sobre minhas impressões do filme quando assistir!

Ps.: Em homenagem à Divergente, uma foto minha em Chicago <3


9 comentários:

  1. Eu acho que o mais importante na ficção é o autor conseguir fazer o mundo dele - por mais louco que seja - ser plausível e convincente. Os personagens parecem cativantes, pelo o que você escreveu.
    Esse livro está na minha lista, mas eu não estava muito empolgada com ele... Sua resenha realmente me animou! (E você escreve muito bem, aliás).

    http://sobrelivroseletras.blogspot.com.br/

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  2. Sim, também penso a mesma coisa. O lance da ficção é fazer uma coisa impossível e absurda parecer totalmente lógica. Quando isso acontece, é muito difícil eu acabar não me apaixonando pela obra! Bem, que bom que pude te ajudar e obrigada pelos elogios! Teu blog também é muito lindo! *_*

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  3. Luana Tenorio pestana17 de abril de 2014 às 01:40

    Li Divergente e Convergente numa tacada. O livre te prende do começo ao fim. E nossa, tão bem elaborado. Adoro esses estilos de livro, mundo utópico, etc. Adorei sua resenha, você realmente escreve muito bem.

    Já estou seguindo :)

    Beijos,

    A menina do livro - http://www.ameninadolivro.blogspot.com.br/

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  4. Sim! Eu terminei Insurgente, tipo, ontem. E minhas já estão coçando pra fazer a resenha hahahaha MUITO BOM. Obrigada pela visita! :D

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  5. FB

    Já ouvi falar muuuito bem desse livro mas ainda não tive a oportunidade de ler!

    http://amandacristina14.blogspot.com.br/

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  6. Ainda não tive oportunidade de ler, eu coloquei nas minhas metas de leitura, de tanto que eu ouvi falar, mas na verdade nem sabia do que se tratava, SHUHAUHUA fiquei curiosa para saber qual foi a escolha de Beatrice, o jeito é matar está curiosidade HEHE

    FB
    http://confissoesdeumaaprendiz.blogspot.com.br/

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  7. Zilandra Batista Rodrigues26 de abril de 2014 às 14:14

    A LEITURA SUPER ENVOLVENTE,NAO TIVE OPORTUNIDADE DE LER,MAIS QUERO MUITO CONHECER MAIS,POR ISSO QUE GOSTO DE LER BLOGS Q RESENHAM LIVROS OU FILMES POIS DESPERTA AINDA MAIS EM NOS A VONTADE DE LER,E ARRASOU NA FOTO EM CHICAGO BJS

    FB te seguindo em suas redes sociais...http://www.zilandramakes.com.br/

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  8. Fiquei com vontade de ler, parece ser interessante, OMG *o*

    FB - girlreckless.blogspot.com.br

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  9. Fiquei muito interessada em ler, parece muito bom! Vou colocá-lo na lista! O que mais gosto em um livro é a habilidade de conseguir nos prender na história, sem contestar muito os porquês, apenas nos ligando ao que estamos imaginando :)
    Beeijos
    FB www.pimentaroja.com

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