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Um conto de fadas sobre o sistema judiciário

Contos de fadas tem uma certa lição de moral ao fim, não? São, na verdade, uma espécie de fábula, já que a maioria possui animais falantes e coisas assim. De certa forma, esse conto de fadas que estou prestes a desabafar sobre, não tem moral nenhuma. Seu problema é justamente esse, é no que se diz, na lenda oral, onde se encontra a ficção da moralidade, por que na realidade, é só mais um dos tantos contos da carochinha que temos que conviver diariamente.
Do que estou falando? Da justiça, claro. Com letra minúscula mesmo, por que essa não anda merecendo nem meu esforço pra acionar o caps lock.
Sabe, eu tinha um respeito com a justiça. Achava até um serviço digno. Sim, por que é um SERVIÇO. Um dos mais nobres, visto que, se espera que quem trabalhe nessa área seja provido de uma equidade e senso de justiça maior do que qualquer outra área dentro do serviço público e até mesmo privado. Afinal, é quem vai julgar os certos e errados, ainda que com base nas leis, é quem vai proferir a sentença, dar materialidade a uma causa abstrata, a um argumento escrito, a partir de uma lógica advinda de um estudo minucioso, de uma hermenêutica, estou errada? Então... Tem que ser alguém que faça por onde, afinal, por que motivos uma pessoa que ocupa esse cargo poderia se deixar corromper quando já possui um cargo vitalício, uma inamovibilidade para cargos inferiores? E ainda por cima, um dos salários mais bem pagos do país, fora o tanto de gratificações e benefícios que ainda recebem. Não tem motivo...
Parece que não é o que uma grande maioria dos senhores desembargadores e juízes pensam. Vide o caso do desvio de verba do TJRN, que saiu como reportagem principal de um dos boletins televisivos da rede globo, hoje mais cedo. Quer dizer, não é só qualquer dinheiro desviado, é dinheiro de precatório, que deveria ser delegado a pessoas que ganharam ações, mas que foram gastos com hospedagens em caríssimos hoteis com vista para a torre Eiffel, com construção de piscinas olímpicas, carros de luxo, celulares que pertenceram a pessoas famosas... Coisas assim, muito importantes. E, acima de tudo, gastos por quem o dinheiro era destinado, não?
São poucas as vezes que digo isso, mas esse país é uma vergonha. Não me importa aqui se existe corrupção em outros países, por vezes até pior do que a nossa (se é que podemos comparar uma coisa dessas), estou falando da nossa realidade, do agora e do aqui, e essa realidade é uma coisa absurda. Inaceitável.
Não consigo mais confiar ou ter fé num sistema de justiça que pune o pobre e sem condições e deixa livre o rico e que pode pagar advogados que são ex-ministros do STF. Que dão sentenças com preço tabelado, por exemplo, dizem que aqui no estado do Pará, você pode conseguir uma por $10mil. Ou que, ainda por cima, perseguem politicamente jornalistas por dizerem a verdade e mostrarem a sujeira que se esconde atrás das togas, como foi o caso do sociólogo e jornalista amazônida, Lúcio Flávio Pinto. Estes são uns dos muitos exemplos que posso citar aqui...
Que tipo de país e sistema de justiça é esse que desrespeita o direito dos seus cidadãos? De que justiça e equidade estamos falando aqui? E eu ainda tenho que, realmente, me dirigir a uma pessoa dessas como excelentíssimo (a)? Ora vá...
E olha que nem vamos entrar nas outras esferas do governo, não tem aterro de lixo que caiba tanta sujeira de uma vez... Ou deveria dizer depósito de resíduos radioativos, daqueles estilo meleca verde-vagalume...


Um comentário:

  1. A justiça do Brasil não merece nem um Caps Lock ligado mesmo, não dão valor ao cargo que recebem. São todos ladrões que roubam os ladrões.

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